8 de jan. de 1984

Do fim ao renascer sem deixar de ser

Não quero ser gente
Quero ser coisa

Desforme aos olhos de quem vê
De forma definida aos corações de quem sente

Quero ser quem sou, sem ser quem querem que ‘seja
Que vão pro diabo que te carreguem com suas filosofias

Visões empedradas em velhas lápides do bon senso
Selando a vida da liberdade, da alegria de viver

Não quero suas regras
Feitas pra limitar a visão

Quero um verde campo de infinitas léguas
Pra enxergar com o coração

Olhos são pros fracos
Que não conseguem imaginar

Que não se permitem alçar vôos mais altos
Que a altura de um passo

Quem se contenta com isso faz uma escolha
Escolha é escolha e só diz ‘ao escolhedor

Que seja o que for
Pra ser, sentir ou deixar passar

Horas e horas e horas
Mas sento sem ver o tempo passar

Figuras repetidas jogadas ao deus dará
Mas quem é você pra dizer se certo ou errado está?